2 de junho de 2014

Será errado o embaraço que sinto
Por de ti fazer parte?
Sentir-me deslocada por manifesto,
Refém de lusa democracia?

Terra outrora detentora do mar
Agora ínfima, confinada pela tua costa.

Possuidora de um passado que luza
E, agora, de um presente negro
Dominado por confiança limitada.
O progresso é longínquo, 
O teu futuro opaco.

Enches de mentiras
Um buraco do tamanho de um povo
Povo que testemunha a tua derrota
Povo que chora de desalento.

Que cruzadas cometeste
Em prol da tua regressão?

De um império se fez uma colónia
Da história se fez uma fábula
Da imponência se fez o insignificante.

Gerações de glória desfeitas
Por mãos que assolaram a liberdade
Com um espírito tacanho.
A dignidade despovoa-te.

Adormeceste num sono profundo,
Criador de pesadelos
Que te assombram sem escrúpulos.

Acorda, Lusitânia!
Será errado acreditar?


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